O outro tem as costas largas. Ou é um saco sem fundo. Ou a fonte de todos os males.
A culpa é do outro.
Do chefe. Do sistema. Do poder. Do corrupto. Do costume. Do habito.
Nunca percebi aquela história da culpa morre solteira. Não sei se se casa ou não. Mas que tem muitos pretendentes tem. Vai com todos.
Com o chefe. Com o sistema. O poder. O corrupto. O costume. O hábito.
A culpa é uma prostituta.
E nós somos proxenetas que alimentamos essas relações – não queremos nada com ela, mas queremos ela com outros. Quantos mais melhor.
E de quem é a culpa?
Não é nossa. Nós somos impolutos, puros, virgens, eunucos.
É do chefe. Do sistema. Do poder. Do corrupto. Do costume. Do habito.
Nós somos analistas, comentadores, observadores atentos, críticos,… muita coisa. Culpados é que não.
Analisamos, comentamos, observamos, criticamos … os culpados.
Somos informados, letrados, versados, ponderados.
Culpados é que não!
Isso é o outro.