• Fui ver. Era a Liberdade. Queria sair. Queria ser. Fazia barulho.Chamava.Gritava.Esperneava. Queria ser livre.Livrar-se das amarras.Libertar-se dos grilhões. Li ber da de Veio com vontade.Porque já tem idade.Não quer ficar presa.Não quer ser presa.Tá tudo na mesa. Mesma.Lesma. PS: deviamos pensar na dita recorrentemente, mas por altura do 25 de Abril, é impossível, escapar-lhe. ler mais

  • Rasgo o rascunho que contem a verdade que nao consigo encarar.O rascunho ficou depedaçado com a verdade que dilacerava a realidade. Num rasgo, desfaço o edificio do meu ser.Parto-lhe as pernas. Num movimento circular, varro os alicerces, para que caia.  Parti, e cais.Cais, verbo. Se fosse substantivo seria um cais de partida. Foste, fui.  O oceano… ler mais

  • Empático introvertido O que quer estar no seu canto. Mas sabe que os outros não.  Vive entre o conforto do seu canto e o desconforto que os outros o vejam como isolado.  Solitário não, palavra. Deixem-me estar. No meu lugar. No meu canto. Deixem-me. Solidão é uma forma de liberdade. Independência.  Precisar dos outros uma forma de… ler mais

  • Podes amar o outro. Podes odiar o outro. O que não podes é querer mudá-lo.  Podes. Mas espera-te o confronto e a frustração.  O outro é outro porque não somos nós.  Só nos podemos mudar a nós. E ninguém nos pode mudar senão nós. Esta ideia pode parecer limitadora. Afinal gostávamos tanto de mudar o… ler mais

  • falas falas falas falas falas falas falas falas falas falas falas falas falas falas falas Às vezes pergunto-me quando respiras, se respiras. De onde vem tanta palavra, tando som, tanta verborreia. De onde vem essa necessidade de evacuar tantas palavras. Foi um alarme de evacuação? Foi um despejo compulsivo? Ou um desejo reprimido? Onde acumulaste… ler mais

  • O que precisas para meditar? O que precisas para escrever? O que precisas para correr? O que precisas para amar? Nada.  Pouco ou nada precisas para viver. Não somos as coisas. Não somos as férias. Não somos nada que se compre.  Não somos o trabalho, o titulo, a organização.  Não somos a casa.  Não somos… ler mais

  • Estás numa esplanada. Aguças o ouvido para a mesa do lado esquerdo. Sem olhar viras a orelha para o casa do lado direito. Ao longe sentes alguém a contar o que se passou ontem à noite. Hesitas o que sintonizar.  Por momento sentes a cacofonia. Esta-la-pa-re-del-gil-da-pa. Como se apanhasses uma silaba de cada mesa.  Primeiro estranhas,… ler mais

  • Gosto do trabalho mas às vezes não gosto de trabalhar. Mais raras vezes não gosto do trabalho. Gostar de trabalhar não é muito bem visto nos dias que correm. Podemos dizer mal da vida, do trabalho, do patrão, do colega, mas dizer que se gosta do trabalho é que não.  Podemos safar-nos com um “senão… ler mais

  • Quando achas que estás a trabalhar. Mas só baralhas e voltas a dar.  Procastinas. Não atinas.  Mexes nos papéis. Aos papéis.  Alt-tab alt-tab alt-tab Não páras de saltar.Não terminas e és incapaz de começar.  Navegas na gelatina.  Vai trabalhar malandro. Doí-me a costas. Vou-me deitar.  ler mais

  • Ir à feira do livro é um acto de masoquismo. Provoca dor e prazer. Um prazer que dói. Uma dor da qual não fujo. Uma promessa de êxtase que descamba em dor. Ano após ano o calvário repete-se. Aprendi a não frequentar livrarias, mas a feira é a sereia da qual não consigo escapar. Ouço… ler mais